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COMPREENDO E ACEITO

 

Mãe

Chama a atenção a semelhança de palavras usadas na Europa e Ásia para designar a progenitora. E são muitas línguas! Todas usam o som “M” e, na sua maioria, o “Ma”. E todas se resumem a poucas letras, como já acontecia no indo-europeu. Porquê?

Os linguistas garantem que os sons mais fáceis de pronunciar são o m, p e b, já que, para a sua génese, não são precisos quaisquer outros órgãos que não sejam os lábios. Por isso, são os primeiros a serem produzidos pelos bebés, ora como tentativa de comunicação, ora como sentido lúdico. E quando se lhe junta a primeira vogal, têm-se as célebres “mamã”, “papá”, “babá”.

Com uma subtil diferença da sílaba tónica, todas se podem referir ao alimento infantil. Fixemo-nos na primeira: tanto menciona o leite materno, sustento da vida, como faz referência a quem lho fornece. Sinal de que, de alguma maneira, a mãe entra no mundo do bebé como este esteve –e, de certa forma, está- no interior dela.

Esta incursão no reino da linguística apenas pretende mostrar a ligação «umbilical» entre o filho e a mãe. E vice-versa. A mãe não se limita a colocar uma vida no mundo e transmitir-lhe uma identidade que nada nem ninguém consegue remover: um específico ADN.

A mãe é todo um mundo ou o mundo todo daquela criança, pois a cuida, cura, ensina, educa, protege, estimula. Motiva-lhe a fala, o sorriso, a comunicação, o sonho, a gargalhada, o sentir-se bem. Gradualmente, insere-a na sociedade ao passá-la para os braços dos outros familiares, ao pô-la em contacto com os irmãos, ao dar-lhe brinquedos para apreender a diversidade das cores e das formas, ao deixá-la «gatanhar» no espaço, ao equilibra-la nas primeiras passadas.

A mãe transmite, portanto, um outro AND, porventura mais determinante que o biológico. O somático usa um nome complicado: ácido ribonucleico. O outro pode definir-se com uma palavrinha mais simples e apelativa: amor. É que este é preocupação pelo outro e sua felicidade, é dom de si mesmo feito na alegria, é júbilo festivo pelo bem do amado. Ou como diria S. João Paulo II, “amar significa dar e receber aquilo que não se pode comprar nem vender, mas apenas livre e reciprocamente oferecer”.

Começamos este mês de maio na contemplação deste mistério de ternura. E vivê-lo-emos sob o signo da maternidade espiritual da Mãe do Céu. É que, na dimensão da fé, seríamos tão privados de carícias como a criança que não conhecesse mãe.

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