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COMPREENDO E ACEITO

 

SEGURANÇA

Tal como praticamente todas as pessoas, o povo bíblico experimentou os vários âmbitos da insegurança: a existencial, traduzida na doença e na morte; a natural, resultante das secas, fomes e cataclismos; a social, provocada pelas invasões dos exércitos estrangeiros, com o seu rol de delapidações, escravaturas e deportações; etc. Com a maturação da fé e o desenvolvimento da revelação, deu-se conta de que só Deus o poderia livrar de todo esse mal. Por isso, habituou-se a colocar n’Ele a sua confiança e implorava: “Sede a rocha do meu refúgio e a fortaleza da minha salvação” (Sl 30, 1).

Ao mesmo tempo, foi tomando consciência de que, se os dois primeiros âmbitos escapavam às suas forças, o terceiro dependia muito de si e da maneira de se relacionar com os outros. Isso evitou a fuga mundi, a falta de compromisso com a realidade.

Consequentemente, foi criando uma dinâmica que o empenhava e comprometia na relação social e política, pois tornou-se claro que não chegava a submissão dos povos inimigos, mas era preciso a justiça, o bom relacionamento e a busca ativa de soluções. Adquiriu mesmo uma certeza: “Quando o homem é justo, o Senhor reconciliará com ele os próprios inimigos” (Prov 16, 7). E Jesus viria a garantir que Deus nos julgará pelo timbre de qualidade como lidamos com todos, mesmo com «os de fora»: “Era estrangeiro e hospedaste-me” (Mt 25, 35). A ponto de S. Paulo ordenar: “Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber” (Rm 12, 20).

Também hoje se tende a conceber a segurança como uma dimensão holística das múltiplas facetas da vida que reclama empenho e compromisso em todas elas. Em 1994, pela primeira vez, o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) chamava a atenção para o conceito de “segurança global”, evidenciando ameaças em sete áreas: económica (trabalho e disponibilidade financeira mínima), alimentar (bens e sua distribuição), sanitária (cuidados médicos, estilo de vida saudável, água potável), ambiental (poluição atmosférica e aquecimento global), pessoal (crime, violência e adultos predadores), comunitária (lutas interétnicas, diluição dos valores tradicionais e guerras) e política (direitos humanos, particularmente em situações de instabilidade social).

Somos agentes e destinatários da segurança. Nossa e dos outros.

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