D. Manuel Linda falando sobre o gesto do lava-pés afirmou que esta atitude “supõe delicadeza”. Declarou que a “Igreja, nos seus ministros e em todos os seus fiéis” deve tornar-se na “pátria dos afetos”. Apelou a uma “fé atraente e apetecível”.
Na Missa da Ceia do Senhor com Rito do Lava-Pés, D. Manuel Linda afirmou na sua homilia que a fé é “uma dádiva” e “um serviço” que deve ser “feito na simpatia e na ternura”.
No gesto de lavar os pés aos outros, também executado pelo bispo do Porto na celebração na Catedral, “encontramos a exemplificação” – acrescentou D. Manuel Linda dizendo:
“Lavar supõe delicadeza, um toque de sensibilidade, um afago e uma certa doçura de atitudes, pois não se lava da mesma forma que se amanha uma pedra ou se abre um túnel à base de dinamite. A prática do serviço, portanto, há de ser a marca dos cristãos. Mas sempre e só na nobreza dos melhores afetos” – frisou.
O bispo do Porto declarou ainda que a “Igreja, nos seus ministros e em todos os seus fiéis” deve tornar-se na “pátria dos afetos”.
Retirando uma conclusão para a prática da vida da Igreja, D. Manuel Linda sublinhou que quando “tornamos a fé atraente e apetecível” talvez “resolvemos mesmo a problemática vocacional” – afirmou.
“A falta de padres também terá a ver com a dificuldade de serem apenas alguns a servir quando a grande maioria não serve, mas apenas se serve” – concretizou.
Para o bispo do Porto o gesto do lava-pés “não é de fácil compreensão”. E é o próprio Jesus a interrogar os seus discípulos perguntando-lhes: “Compreendeis o que vos fiz?”
Segundo D. Manuel Linda, o gesto de lavar os pés é “uma atitude que deve ser fundamentalmente do coração”, “chocante para a mentalidade daquele tempo e não menos para o nosso” – disse.
O bispo do Porto concluiu a sua homilia dizendo “que pertence a Deus e ao seu Reino aquele que, envolvido no seu amor, sabe servir os outros e o mundo a partir de atos concretos modelados pela ternura e pela amabilidade”.
RS