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Seminário Maior do Porto vai ter obras “urgentíssimas”


Bispo do Porto publica Nota Pastoral sobre o processo de obras no edifício do Seminário. Pede “ajuda económica” e informa que os seminaristas vão ficar alojados na Casa Diocesana de Vilar “até à conclusão das obras”.

“Tenho o prazer de informar a Diocese que vamos realizar obras volumosas. Mas que são urgentíssimas” – é desta forma concreta e decidida que D. Manuel Linda se dirige aos diocesanos numa Nota Pastoral publicada a 8 de setembro, dia em que a Igreja celebra a Natividade da Virgem Maria.

O bispo do Porto refere que as obras são necessárias “para dotar o Seminário de condições normais de habitabilidade, melhorar a acessibilidade, mormente por parte de sacerdotes mais idosos que lá realizam a formação contínua, recuperar as partes degradadas, reequacionar as instalações de forma a servir as Dioceses do Porto, de Vila Real e de Coimbra, como está a acontecer, consolidar a segurança do edifício, dotá-lo de maior eficiência energética e dissimular a fealdade do pequeno ring e edificado dos anos cinquenta”.

“Dou esta notícia, que muito me alegra e, desde já, atrevo-me a pedir ajuda económica a toda a Diocese” – afirma D. Manuel Linda convidando ” todo o Povo de Deus desta querida Diocese do Porto a elevar orações e súplicas pelo bom andamento das obras”.

Informa na nota que “a abertura do Seminário, neste ano académico, já acontecerá na Casa Diocesana de Vilar, local onde ficará instalado até à conclusão das obras”.

Publicamos de seguida na íntegra a Nota Pastoral do bispo do Porto.

 

Nota Pastoral

Um Seminário renovado para uma Diocese em renovação

Atualmente, o nosso Seminário Diocesano de Nossa Senhora da Conceição ocupa um vetusto edifício, cheio de história. Em 1577, nas hortas do Morro da Sé, adquiridas aos seus proprietários, os Jesuítas construíram um tão sólido quanto caro Colégio e Igreja de São Lourenço. Nele se mantiveram durante quase dois séculos, até 1759, altura da sua expulsão pelo Marquês de Pombal. As instalações reverteram para o Estado.

Três anos depois, em 1780, os Frades Descalços de Santo Agostinho, vulgarmente conhecidos como “Os Grilos”, compraram o edifício ao Estado e lá se instalaram. Porém, com o liberalismo e a extinção de todas as Ordens Religiosas, em 1832, o imóvel voltou a ser confiscado pelo Estado. Dois anos depois, em 1834, para que os alunos residissem perto da Sé e do Paço Episcopal, foi adquirido pela Diocese para nele se instalar o Seminário, criado em 1804 e a funcionar fora da cidade, precisamente na Quinta do Prado do Bispo, mais tarde Cemitério do Prado do Repouso.

As atuais instalações datam, portanto, de há quase quatrocentos e cinquenta anos. E nestes séculos todos, fizeram-se algumas obras de conservação e ampliação –pense-se no anexo do século XIX e na belíssima biblioteca- mas jamais se alterou a sua configuração, típica de um convento do passado: desconfortável e inóspito. Para mais, as obras do túnel da Ribeira (1947 a 1952) causaram aluimento dos terrenos da escarpa, danificaram gravemente a Capela do Ferro e chegaram mesmo a ameaçar a integridade das instalações do Seminário. A engenharia da época consolidou o edifício com os contrafortes em cimento armado que desfiguram esta zona histórica.

Para dotar o Seminário de condições normais de habitabilidade, melhorar a acessibilidade, mormente por parte de sacerdotes mais idosos que lá realizam a formação contínua, recuperar as partes degradadas, reequacionar as instalações de forma a servir as Dioceses do Porto, de Vila Real e de Coimbra, como está a acontecer, consolidar a segurança do edifício, dotá-lo de maior eficiência energética e dissimular a fealdade do pequeno ring e edificado dos anos cinquenta, tenho o prazer de informar a Diocese que vamos realizar obras volumosas. Mas que são urgentíssimas.

O Conselho Presbiteral aprovou esta remodelação, com notório entusiasmo. Do mesmo modo, a Direção-Geral do Património Cultural deu o seu parecer favorável. Igualmente, a Câmara Municipal do Porto já aprovou o projeto. Neste momento, trabalha-se nas diversas especialidades, indispensáveis para a obtenção da licença de construção e para a elaboração do caderno de encargos.

Para catalogar todo o material e mobiliário disperso pelas instalações, acomodá-lo, transportá-lo para depósito exterior, fazer sondagens arqueológicas, mormente nas alvenarias e soalhos, e instalar maquinaria de apoio às obras, não é possível que alunos e formadores permaneçam na casa. Por este motivo, a abertura do Seminário, neste ano académico, já acontecerá na Casa Diocesana de Vilar, local onde ficará instalado até à conclusão das obras e consequente seu regresso às atuais instalações.

Dou esta notícia, que muito me alegra e, desde já, atrevo-me a pedir ajuda económica a toda a Diocese. Graças ao bom Deus, o nosso Seminário está vivo. Para além de vários sacerdotes das Dioceses irmãs de Vila Real e de Coimbra, nestes pouco mais de quatro anos que levo à frente da Diocese, já tive a suprema alegria de ordenar –ou delegar a ordenação- vinte e quatro padres diocesanos: dezasseis deste Seminário de Nossa Senhora da Conceição e oito do Seminário Missionário Redemptoris Mater. Aliás, este segundo Seminário, igualmente diocesano do Porto, também terá instalações definitivas e adaptadas. Também já foram aprovadas pelo Conselho Presbiteral. Brevemente, conto dar notícia. Fica apenas por criar e instalar o Seminário Propedêutico, algo requerido pela dinâmica vocacional e pelas normas da Santa Sé.

Convido todo o Povo de Deus desta querida Diocese do Porto a elevar orações e súplicas pelo bom andamento das obras, pela generosidade das ofertas e, fundamentalmente, para que sejam numerosas as vocações que irão usar este Seminário e que ele cumpra a sua função de formar pastores generosos e dedicados. Confio a obtenção desta graça à Virgem Maria, Mãe do Clero, Nossa Senhora da Vandoma, neste dia em que celebramos a sua Natividade.

Porto, 8 de setembro de 2022

+ Manuel, Bispo do Porto