Fazer florescer a esperança
Jubileu Diocesano dos Acólitos – Instituição dos Acólitos Leigos
1. Queridos irmãos e irmãs, hoje a nossa Diocese do Porto vive um momento de grande alegria: dentro do Ano Jubilar 2025, celebramos o Jubileu Diocesano dos Acólitos. Sois muitíssimos e prestais um serviço insubstituível, seja a nível da tarefa de servir o altar, seja no testemunho de fé e sua vivência. Em nome das vossas Paróquias e demais instituições, o Bispo agradece-vos muitíssimo. Obrigado! Mas hoje vivemos também a graça de ver instituídos, pela primeira vez, acólitos leigos na nossa Diocese. É um dia histórico! É a expressão do dinamismo da fé e do compromisso que ela gera. Estou felicíssimo por vós, cara Raquel e caros José Campos e João Pedro. Tudo isto é sinal de esperança e de renovação, em sintonia com o Jubileu da Igreja universal, que nos convida a abrir as portas à esperança que vem de Cristo.
2. A fé que sustém o justo
A primeira leitura recordava: “O justo viverá pela sua fé” (Hab 2,4). O Jubileu é sempre tempo de fé e de confiança. Tal como o profeta Habacuc, também nós olhamos para os crimes e dificuldades do mundo. Nele, humanamente falando, parece que não vemos saída fraterna e justa. Mas a fé sustém-nos e dá-nos esperança: a meta é o Reino de Deus. Os acólitos, em celebração jubilar neste ano de graça, recordam-nos que a fé não se mede em grandes feitos, mas na perseverança fiel, na confiança humilde, no serviço generoso.
3. Servir com humildade e gratuidade
No Evangelho, Jesus ensina: “Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer”(Lc 17,10). A Igreja, ao instituir acólitos leigos, recorda que todo o serviço é gratuito, humilde, silencioso. No Jubileu da Esperança, a vossa função, é um sinal de esperança para a comunidade: que a vida cristã se constrói não no prestígio, mas na disponibilidade.
4. O pequeno que se torna grande
O grão de mostarda, tão pequeno, é imagem da fé. Assim também os vossos gestos: acender uma vela, preparar o altar, oferecer o cálice. Pequenos gestos que, unidos à fé, têm um alcance muito maior: ajudam a Igreja a rezar, a comunidade a entrar no mistério de Deus. O Jubileu convida-nos a olhar para estes pequenos sinais que fazem florescer a esperança.
5. Um Jubileu que valoriza os ministérios
No contexto deste Ano Jubilar, que celebra a esperança, o Jubileu Diocesano dos Acólitos é expressão concreta dessa esperança na vida da Igreja do Porto. A instituição de acólitos leigos mostra que a Igreja cresce quando reconhece e valoriza os carismas e os transforma em ministérios. Não caminhamos sozinhos: sacerdotes, diáconos, consagrados e leigos servem em comunhão, cada um no seu lugar, todos para a glória de Deus. Sim, em comunhão!
6. Do altar para a vida
O Jubileu é sempre convite à conversão e à missão. Também o serviço do acólito não termina no altar: estende-se à vida. Quem serve a Cristo na liturgia deve servi-Lo também nos irmãos, especialmente nos mais pobres e frágeis. O Jubileu da Esperança convida-nos a ser sinais vivos de Deus no mundo. Vós, acólitos ministrantes, sois chamados a ser essa ponte entre a liturgia e a vida.
7. No seguimento do Sínodo, estamos a viver de esperança que é, simultaneamente, comunhão, participação, missão. É a passagem de uma Igreja piramidal a um outro modelo que corresponda melhor à vontade fundacional do Senhor Jesus e à história da Igreja apostólica. É uma mística que leve ao empenho de todos naquilo que é de todos. Para isso, vejo como urgente a realização de um Sínodo Diocesano que conduza a um maior empenhopor parte de todos e se traduza numa participação mais comprometida. Esta corresponsabilidade, assumida e instituída, por parte dos novos acólitos, exprime bem esta dinâmica e esta mística. Quem dera que todo o povo de Deus fosse, assim, comprometido!Conto convosco, acólitos e demais participantes nesta celebração, para difundir a urgência e o ânimo a respeito do Sínodo Diocesano.
8. Neste Domingo damos graças pelo dom da fé, pela esperança jubilar a que este ano nos convida a viver e pelo testemunho de serviço dos acólitos. Que Maria, Mãe da Igreja e mulher servidora, inspire todos os acólitos a viver este ministério com alegria e humildade. E que nós, como comunidade, saibamos apoiar, valorizar e rezar por eles, para que o seu serviço seja sempre fonte de encontro com Cristo e sinal de esperança para a Igreja e para o mundo.
+ Manuel Linda 5 de outubro de 2025