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Aprendizagens - 2

Voltemos à aprendizagem que a Igreja deve fazer a partir dos jovens. Se, como diz o Papa, “a juventude, mais do que um orgulho, é um presente de Deus”, há que valorizá-lo: seria má educação nem sequer olhar para uma prenda. Muito mais se essa dádiva vem de Deus.

O jovem «convertido» passa da vida autorreferencial – o conduzir-se pelos seus interesses - ao empenho solidário. Isto é: coloca como razão da sua existência o bem que há que fazer ao outro. Passa, portanto, do êxito (pessoal) ao compromisso (social). Ora, a vocação é isto mesmo: a redução do «eu» para predominar o «tu» e o «vós». E o mesmo se diga da santidade: outra coisa não é senão a dedicação generosa ao bem dos outros e ao grande «Outro». Quando se antepõem as necessidades alheias aos interesses pessoais, aí começa a vocação e a santidade. É esta a via que a Igreja tem de seguir.

Outro dado: os jovens são inclusivos, pois sabem agregar origens, culturas, mentalidades. Sabem «conviver» com todos, pois a todos reconhecem como iguais. Do mesmo modo, a Igreja tem de contrapropor à mentalidade individualística contemporânea a noção de povo ou comunidade. E tem de apontar o «convívio» com Deus como a grande causa. Nisto se constrói a fraternidade universal e se dá asas à espiritualidade. Num mundo de turismo despreocupado, de viajantes isolados e sem rumo, há que formular objetivos solidários e metas a atingir. No caso da Igreja é fazer de todos um só povo e do mundo a antecâmara do reino de Deus.

Tal como os jovens, a Igreja tem de se caraterizar pela festa. Na sociedade, quase sempre o entusiasmo é provocado artificialmente, a partir de estímulos sensoriais. Até com psicotrópicos. Entretanto, os jovens tocados pela fé, sentem-se possuídos pela alegria interior que provém do encontro com Jesus na oração, no silêncio, no louvor, no sentir-se perdoado. É fácil vê-los emocionados e radiantes, por exemplo, na «oração de Taizé». Do mesmo modo, também a Igreja tem de valorizar mais a alegria, a plenitude, a felicidade.

Bento XVI, o Pastor «intelectual», dizia que as Jornadas Mundiais da Juventude são um “medicamento contra o cansaço da fé”. E os jovens, em função dos quais se realizam, não serão eles um medicamento contra o cansaço da Igreja? Por algum motivo o Papa Francisco os designa “presente de Deus”.

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