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Bispo do Porto denunciou uma economia baseada na divinização da riqueza


No Jubileu do Mundo do Trabalho, D. Manuel Linda assinalou os valores da solidariedade, da misericórdia, do desenvolvimento integral e da paz.

 

O domingo 4 de maio, foi o escolhido para celebrar o Jubileu do Mundo do Trabalho na diocese do Porto. Neste Ano Santo de 2025, foi com grande alegria que D. Manuel Linda acolheu a possibilidade.

 

“Quando descobri a possibilidade de celebrar um específico jubileu do trabalho, fiquei cheio de alegria. É que não há qualquer atividade humana tão ampla e universal como o trabalho”, disse D. Manuel Linda.

 

O bispo do Porto reconheceu na sua homilia, na Missa que celebrou na catedral do Porto, o potencial que o trabalho tem para ser fonte de desequilíbrios e de problemas.

 

“Estando o trabalho tão à base condição de cumprimento da pessoa e da sua felicidade, compreende-se que também possa constituir fonte de desequilíbrios e de instauração de grandes problemas. É que o trabalho, de alguma forma, exprime o timbre de relação que estabelecemos com as coisas, os outros e até com Deus”, afirmou D. Manuel Linda.

 

Sustentou, então, a importância de um tempo de Jubileu para refletir sobre os bens da terra e denunciou uma economia baseada na indiferença e na divinização da riqueza.

 

“O jubileu proporciona-nos ocasião e motivo para refletir se os bens da terra, destinados por Deus a todos os seres vivos, chegam realmente a todos. Perguntamo-nos se organizamos a economia à base dos princípios da generosidade e da preocupação com os irmãos ou se preferimos relações de indiferença, de ânsia de poder que leva à violência, da idolatria das coisas, da divinização da riqueza e do culto obsessivo do lucro”, sublinhou.

 

O bispo do Porto assinalou que o tempo de Jubileu pode ajudar “resgatar o sentido da vida e das relações humanas a partir de Deus” no mundo do trabalho, seguindo “a linha da preocupação pelo outro, da solidariedade, da misericórdia, do desenvolvimento integral e da paz”.

 

Salientou que o trabalho “é, ao mesmo tempo, um dever e um direito. É dever enquanto chamados a colaborar com Deus na obra do perene aperfeiçoamento da terra, do retirar dela o indispensável para uma vida digna de todos os membros da humanidade e de nos cumprirmos por intermédio de uma atividade construtiva e honrosa. O trabalho é também direito inapagável porque nele se exerce a solidariedade para com os frágeis e doentes, mormente a nível da família; porque por ele se aperfeiçoa o mundo, tarefa recebida das mãos de Deus; e porque nele a pessoa exprime e sustenta a sua dignidade constitutiva”.

 

“A esperança em Deus garante-nos que o trabalho há de ser fonte de alegria e contentamento, a humanidade há de sobrepor a caridade e a misericórdia ao lucro e à exploração e a família humana há de viver e alegrar-se na Casa comum, percorrendo caminhos de paz e de bem, enquanto aguarda os novos Céus e a nova Terra”, disse D. Manuel Linda na conclusão da sua homilia.