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Bispo do Porto: “está na hora de convocar um Sínodo Diocesano”


Na homilia da Missa da Peregrinação Jubilar ao Santuário de Fátima, D. Manuel Linda disse às dezenas de milhares de diocesanos presentes na Cova da Iria que “gostava muito de, nos próximos meses, ter eco, receber o sentir das pessoas e organismos” sobre a “necessidade e possibilidade” da organização de um Sínodo na diocese do Porto.

 

“Está na hora de convocar um Sínodo Diocesano”, disse o bispo do Porto na Missa da Peregrinação Jubilar ao Santuário de Fátima. “Gostava muito de, nos próximos meses, ter eco, receber o sentir das pessoas e organismos”, apelou D. Manuel Linda a propósito da organização de um Sínodo na diocese do Porto.

 

Lembrou, em particular, o problema da diminuição do clero diocesano, apontando-o como uma “urgência”. “Não tenhamos dúvida: dentro de uma década, o clero diocesano baixará imensamente. Como assegurar os sacramentos, a organização das comunidades e a atividade sócio caritativa representada, por exemplo, pelos Centros Sociais Paroquiais? Esta é uma urgência. Não para amanhã; era já para ontem”, declarou.

 

Um povo que caminha num Porto peregrino

 

“Somos um Porto peregrino. Somos um Povo que caminha, na esperança dos novos céus e da nova terra”, foi com estas palavras que D. Manuel Linda iniciou a homilia da Peregrinação Jubilar da diocese do Porto ao Santuário de Fátima saudando as dezenas de milhares de diocesanos que na manhã de sábado 20 de setembro peregrinaram à Cova da Iria.

 

“E como é graciosa esta visão da multidão dos fiéis, reunida em Cristo, como um só Povo, unido na diversidade das proveniências, das comunidades eclesiais, das paróquias, movimentos e associações”, assinalou.

 

Na Peregrinação da diocese do Porto, estiveram presentes 166 presbíteros, 52 diáconos, 734 acólitos e 171 doentes e frágeis, num total de mais de 19 mil inscrições. Muitos foram os diocesanos que peregrinaram sem inscrição. Segundo os serviços do Santuário de Fátima participaram nesta Eucaristia mais de 70 mil peregrinos.

 

O bispo do Porto lembrou o título do Plano Pastoral recentemente publicado para o horizonte temporal 2025-2028: “Somos um Porto peregrino”. “Com esta peregrinação jubilar, damos um sinal claro: queremos ser um Porto peregrino, um Povo de Deus que não se instala, que se põe a caminho, pelas vias da esperança”, sublinhou.

 

Um caminho de esperança em direção à “Casa da Mãe”, disse D. Manuel Linda: “Maria indica-nos o caminho, conduz-nos e reconduz-nos a Jesus, nossa única Esperança. O Porto, «Cidade da Virgem», vem em Peregrinação Diocesana a Fátima e sente-se feliz na Casa da Mãe, como em sua própria casa!”, afirmou.

 

D. Manuel Linda salientou que esta peregrinação a Fátima, a terceira segundo indicam os dados históricos, “não pretende ser um fim, mas um início, um arranque a toda a força para algo de novo e de belo que está à nossa frente”.

 

Uma peregrinação que “pretende marcar um antes e um depois da nossa Diocese, assente no ritmo conciliar e sinodal e na sua consonância com o nosso tempo e cultura”, declarou.

 

“Caminhar juntos” é a atitude que D. Manuel Linda define para a diocese, tal como previsto no Plano Pastoral, com o objetivo de envolver todos em “percursos” que levem à “implementação de uma Igreja sinodal”.

 

“Juntos na escuta da Palavra de Deus e da vida, juntos na celebração da Eucaristia e dos Sacramentos, juntos no testemunho da caridade, juntos no desejo de anunciar Cristo e de O levar aos outros, juntos na comum responsabilidade da organização e dos serviços. Só assim é que podemos ouvir e discernir o que o Espírito nos tem a dizer e dar lugar a que todos se sintam escutados, envolvidos e responsabilizados”, apontou.

 

Com Maria, os traços de uma Igreja sinodal e missionária

 

Para D. Manuel Linda é essencial fazer tudo isto à imagem de Maria com três atitudes “tão marianas quanto sinodais”: a escuta; discernir o que o Espírito Santo tem a dizer; decidir e agir.

 

Na Virgem Maria, vemos resplandecer, em plena luz, os traços de uma Igreja sinodal, missionária e misericordiosa. Maria é, de facto, a figura da Igreja que escuta, reza, medita, dialoga, acompanha, discerne, decide e age”, afirmou o bispo do Porto citando o Documento Final do Sínodo.

 

Assim, para D. Manuel Linda, este é o tempo de abrir caminhos de esperança, tal como refere o Plano Pastoral para os próximos anos: “Uma Igreja mais missionária, centrada unicamente no anúncio alegre e feliz do Evangelho, na celebração digna e festiva dos mistérios de Cristo e na vivência apaixonada e contagiante de Cristo, em palavras de esperança e em gestos de amor”, disse D. Manuel Linda.

 

É com a inquietação de tornar concreto na realidade este propósito missionário que o bispo do Porto afirmou ser este o tempo para convocar um Sínodo Diocesano. E insistiu na participação dos diocesanos: “Como diria o Senhor Jesus, para tempos novos, odres novos e vestidos novos. Por amor de Deus, façam-me chegar o vosso discernimento”, apelou D. Manuel Linda.

 

Concluiu a sua homilia exortando os diocesanos a confiarem à Virgem Maria o futuro da diocese do Porto. “Confiemos o futuro da nossa Diocese que tem de ser sinodal e até pode ser antevisto e programado com a realização de um Sínodo”, afirmou.