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Bispo do Porto: o padre “não está no mundo para o acusar, mas para o fermentar nos valores sólidos”


Nas Ordenações de três novos presbíteros, D. Manuel Linda exortou-os a fazerem do seu “ministério uma chave de acesso ao coração humano para aí implantar a fé que o transforma e o abre ao amor a Deus e aos outros”.

 

A Catedral do Porto encheu-se no domingo dia 13 de julho para as Ordenações de três novos presbíteros.

 

 

Numa Eucaristia presidida pelo bispo do Porto, foram ordenados Emanuel João Macedo da Mata, de S. Mamede de Infesta, que fez a sua formação no Seminário Maior do Porto e José Manuel Ferrão Abrantes, de Mangualde e José Moisés Ramirez Guerra, do Perú, ambos do Seminário Diocesano Missionário Redemptoris Mater.

 

Na sua homilia, D. Manuel Linda afirmou que o padre “não está no mundo para o acusar, mas para o fermentar nos valores sólidos”. Aos novos presbíteros exortou-os a fazerem do seu “ministério uma chave de acesso ao coração humano para aí implantar a fé que o transforma e o abre ao amor a Deus e aos outros”.

 

Para o bispo do Porto, os padres devem procurar dar aos outros o “alimento sólido” da Palavra de Deus através de “um acompanhamento personalizado, uma formação contínua e uma inserção sinodal na vida e missão da Igreja”.

 

“Uma Igreja ministerial, viva, fiel e consciente dos desafios e dos sinais do tempo”, acrescentou D. Manuel Linda.

 

 

Os padres são chamados a viverem num tempo em que prevalecem no mundo “três especiais feridas que podem gangrenar e fazer apodrecer a saúde de uma humanidade chamada à plenitude da salvação: o individualismo que desvia o olhar da sorte do irmão, tal como o sacerdote e o levita de que falava a parábola, e que, em último grau, pode levar à máxima crueldade da guerra; o estilo materialista de vida que imagina que a felicidade equivale à posse e desfrute de bens de luxo e requinte, olvidando que a verdadeira satisfação reside no bem-estar emocional, na harmonia dos relacionamentos e na capacidade de atingir belas metas; e, enfim, a incapacidade de organizar o tempo, devido às múltiplas ocupações artificialmente criadas”, disse o bispo do Porto.

 

Nesta realidade concreta da sociedade “o ministério sacerdotal, hoje, exige muitíssimo mais ao padre que no passado”, disse D. Manuel Linda, lembrando o menor número de sacerdotes no tempo presente.

 

No entanto, para o bispo do Porto há razões de “contentamento e esperança”. Segundo D. Manuel Linda “notam-se já os efeitos” de uma “reconfiguração da alma espiritual do nosso povo, concretamente na Europa”.

 

Para o bispo do Porto há hoje “um ineludível florescimento eclesial, mormente entre os jovens. O que nos enche de contentamento e esperança”, afirmou.

 

 

“Ora, o padre é chamado a servir esta esperança, a trazê-la ao mundo e fazê-la frutificar em alegria. Na sua íntima comunhão com a Igreja e como eminente membro dela, o padre coloca-se ao serviço da atuação da presença de Jesus Cristo na sociedade dos homens, dando, assim, uma esperança viva à humanidade e constituindo-se como apóstolo do alento e do contentamento”, declarou.

 

“Caros Padres, particularmente vós os que ides ser ordenados já de seguida, para dar corpo a esta alegria e esperança ativa, nunca vos esqueçais que o sacerdócio é sempre relacional: com Deus, com o Presbitério encabeçado pelo bispo e com o Povo. E esse relacionamento exercita-se no concreto da oração, na direção espiritual, formação contínua, coordenação pastoral a nível diocesano e de Vigararia, nas refeições tomadas em conjunto, no gosto de estar com os colegas, na corresponsabilidade alargada, no estilo de vida simples e próximo de todos, etc. Se assim o fizerdes, constituís-vos faróis da esperança para a Igreja e para o mundo. É isso que invoco de Deus por interceção da Rainha do Clero, a nossa Padroeira diocesana, Nossa Senhora da Assunção”, disse D. Manuel Linda na conclusão da sua homilia.