Na celebração jubilar do Frágeis e do Mundo da Saúde que juntou mais de mil pessoas, D. Manuel Linda lembrou que a esperança é Jesus Cristo. “Grande parte do que sabemos sobre Jesus de Nazaré refere-se às suas intervenções em favor de doentes”, afirmou.
Na celebração jubilar do Frágeis e do Mundo da Saúde, o bispo do Porto afirmou que “o sofrimento não é o fim”, mas, “apenas uma componente da vida que nos permite crescer espiritualmente e abrirmo-nos mais aos outros de quem esperamos a sua companhia e solicitude”.
Deus liberta e cura
Recordando o tema deste Ano Santo de 2025, “Peregrinos de Esperança”, D. Manuel Linda sublinhou que “a esperança tem um nome: chama-se Jesus Cristo”.
“Ele acompanha sempre a nossa peregrinação de vida. Se nós somos ‘Peregrinos de esperança’, é Ele o caminho, o companheiro e a meta da nossa peregrinação”, disse o bispo do Porto na Missa a que presidiu no Pavilhão Multiusos de Gondomar, no sábado 14 de junho.
Na sua homilia, D. Manuel Linda dirigiu-se particularmente aos doentes e frágeis presentes na celebração e assinalou a especial atenção de Jesus, por todos eles. “Grande parte do que sabemos sobre Jesus de Nazaré refere-se às suas intervenções em favor de doentes. O Senhor curou tantas situações de fragilidade”, afirmou.
“Deus está presente junto dos seus filhos libertando-os da aflição, sustentando-os e curando-os em tempo de sofrimento e angústia. Pode fazê-lo diretamente, em situações inexplicáveis, mas faz isso, quase sempre, por intermédio de profissionais de saúde competentes e solícitos, verdadeiros anjos da guarda protetores da saúde humana. A eles, que também se inserem, por direito próprio, nesta celebração, o meu profundo reconhecimento”, disse o bispo do Porto saudando também, os cuidadores, os profissionais de saúde, e instituições presentes neste grande evento.
Fazer caminho com doentes e frágeis
Foram mais de mil as pessoas que participaram no Jubileu dos Frágeis e Mundo da Saúde na diocese do Porto. A isso se referiu Maria do Rosário Alves, diretora do Secretariado Diocesano da Pastoral da Saúde, sublinhando ser esta celebração “um fermento” para o futuro.
Em particular, afirmou que “os doentes e os frágeis são a razão da nossa esperança”. “Mesmo para toda a Igreja, eles são motivo para fazermos caminho”, acrescentou.
À reportagem de Voz Portucalense, Maria do Rosário Alves deu grande relevo à colaboração da Câmara Municipal de Gondomar na organização deste acontecimento nos seus vários serviços.
Assinalou também o seu profundo agradecimento a todas as instituições que colaboraram na organização desta celebração jubilar, como por exemplo, o Corpo Nacional de Escutas, a Ordem de Malta, a Universidade Católica Portuguesa, o Secretariado Diocesano da Pastoral da Juventude, o Secretariado Diocesano da Pastoral da Família e a Cáritas Diocesana do Porto.
Desta última instituição esteve presente na celebração Daniela Guimarães, que salientou a importância desta colaboração, pois “o mundo da fragilidade é também o mundo da Cáritas Diocesana”.
“Nos últimos anos, o apoio a doentes em situação de carência económica é uma grande área de investimento da Cáritas Diocesana”, sustentou a secretária da Cáritas Diocesana do Porto.
Agentes de esperança da nossa sociedade
Especial destaque para as declarações aos jornalistas de Ana Sofia Teixeira, do Serviço Pastoral a pessoas com Deficiência da diocese do Porto. Ela, que é cega, procura apoiar os outros portadores de deficiência não se esquecendo de lembrar a importância dos cuidadores. O objetivo deste serviço pastoral à deficiência é integrar.
“Integrar desde a primeira hora, todos aqueles que são frágeis e que estão, muitas vezes, à margem da sociedade. Designadamente, as pessoas doentes, as pessoas incapacitadas, as pessoas com deficiência. E, às vezes, os seus cuidadores são esquecidos e não apoiados pela sociedade. Por isso, faz todo o sentido ao nível diocesano haver esta atenção para com as pessoas frágeis. Certo que frágeis somos todos, mas realmente há vulnerabilidades que são mais insidiosas, como uma deficiência, uma incapacidade, uma doença”, afirmou.
Para a jovem de 36 anos os frágeis são os maiores agentes de esperança. da nossa sociedade. “No meu ponto de vista, as pessoas frágeis são o maior agente de esperança da nossa sociedade”, afirmou.
“Aquele que é frágil consegue, na maioria das vezes, transmitir uma mensagem de esperança, de encorajamento. E nós no frágil conseguimos ver a presença de Deus, o rosto de Cristo vivo”, sublinhou.
Ana Sofia Teixeira teve uma participação muito intensa durante a celebração penitencial que antecedeu a Eucaristia e na qual foi possível proporcionar um momento para acompanhamento em confissão a todos os participantes neste evento jubilar.