No final da Procissão do Corpo de Deus, o bispo do Porto assinalou a necessidade da construção “de relações mais sadias, de justiça social”. Uma sociedade que saiba “acompanhar o ritmo social” e seja “acolhedora das diversidades” e “integradora dos migrantes e refugiados”. Afirmou ser necessária uma democracia baseada em valores e em diálogo.
A tradicional Procissão do Corpo de Deus juntou largas centenas de fiéis nas ruas do Porto na quinta-feira 19 de junho. A todos o bispo do Porto agradeceu a presença, em particular, às autoridades e a tantos organismos sociais. Especial agradecimento para o Cabido Portucalense pela organização da Procissão.
Para o bispo do Porto a Procissão do Corpo de Deus foi “uma experiência de fraternidade” unida no Corpo e Sangue de Cristo.
“Vivemos uma experiência de fraternidade porque já estamos acostumados a alimentar-nos do Corpo e Sangue d’Aquele que nos junta à sua mesa”, disse D. Manuel Linda no final da Procissão.
Uma experiência que permitiu que os participantes caminhassem “não sozinhos, mas em conjunto” pelas ruas da cidade entoando os mesmos cânticos e orações.
“Caminhamos com Jesus e atrás de Jesus. Não sozinhos, mas em conjunto, em união de marcha e de meta. Seguimos pelas mesmas ruas, entoamos os mesmos cânticos, balbuciamos as mesmas orações, guardamos os silêncios em conjunto”, referiu o bispo do Porto.
E D. Manuel Linda, tendo em conta o ambiente de fraternidade da Procissão, lançou duas questões para a reflexão de todos: “Assim sendo, poderíamos viver como estranhos uns para com os outros? Seria possível a indiferença, o individualismo descomprometido?”
Para D. Manuel Linda o dia do Corpo de Deus é o para os católicos colocarem “o Pão da Vida no centro do mundo” e também da diocese do Porto, da cidade do Porto e na vida de cada um e das suas famílias. Porque o Corpo de Cristo “gera a unidade”, “gera humanismo”, afirmou.
“Porque esse é um Pão que, ao ser repartido, não fragmenta nem separa, mas gera a unidade dos comensais. Gera humanismo e elevação”, sublinhou D. Manuel Linda.
O bispo do Porto assinalou a necessidade da construção “de relações mais sadias, de justiça social”. Uma sociedade que saiba “acompanhar o ritmo social” e seja “acolhedora das diversidades” e “integradora dos migrantes e refugiados”. Afirmou ser necessária uma democracia baseada em valores e em diálogo.
A seguir às palavras do bispo do Porto teve lugar a Bênção do Santíssimo Sacramento.
Como referiu D. Manuel Linda na sua alocução, foi o Cabido Portucalense que promoveu na cidade do Porto a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo.
A Procissão, tendo em conta as obras que decorrem na cidade do Porto, percorreu as vias mais próximas da Catedral do Porto. Quando saiu da Catedral do Porto passou pela Calçada de Vandoma, Rua de Saraiva de Carvalho, Rua de Augusto Rosa, Rua de Entreparedes, Rua do Campinho, Rua de Santo André, Rua de Santo Ildefonso, Praça da Batalha, tendo regressado à Catedral percorrendo de novo a Rua de Augusto Rosa, a Rua de Saraiva de Carvalho e a Calçada de Vandoma.