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Dia Mundial da Paz. Bispo do Porto: “sem a paz, não é possível qualquer género de bem”


D. Manuel Linda propõe “três âmbitos, a nível de proximidade”, para fomentar a paz: “a educação catequética e religioso-moral para todas as crianças, adolescentes e jovens; o fomento de ações de solidariedade social, mormente voltadas para os mais idosos e os pobres; e uma especialíssima atenção à família”.

 

No primeiro dia do ano, 1 de janeiro de 2025, D. Manuel Linda afirmou que “sem a paz, não é possível qualquer género de bem”. No Dia Mundial da Paz que se assinala em Dia de Ano Novo, o bispo do Porto sublinhou que “a paz, de facto, não pode esperar e a sua construção é possível. É com base nesta certeza que os cristãos têm de empenhar no seu processo”.

 

Na Missa da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, na Catedral do Porto, D. Manuel Linda lembrou as mães que vivem “importunadas pelo barulho das bombas e dos canhões e pelos gritos e pavores da guerra”.

 

“Quanto queríamos que todos vivessem sem medo e pudessem contruir a «civilização do amor» e do desenvolvimento integral. Desejávamos que não passassem fome e frio, tivessem estruturas de saúde para se cuidarem e pudessem ir à escola e brincar. Mas, infelizmente, em muitas partes do mundo, isto não passa de um sonho”, acrescentou.

 

Para D. Manuel Linda, os pastores que foram a Belém não visitaram “um qualquer bebé, mas Jesus, cujo nome quer dizer ‘Deus salva’”. “Deus salva na Paz, como tinham cantado os anjos: ‘Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados’.”

 

“É este Jesus que tem de ser apresentado ao mundo, pois, no dizer do Apóstolo Paulo, ‘Ele é a nossa paz’. Mas o mundo parece fechar-lhe a porta, como as hospedarias de Belém. Como tal, não encontra a paz. De facto, não deixa de ser significativo que, neste tempo de relativismo, à medida que a secularização avança, também a agressividade aumenta. Notamos isso a nível da rua, das escolas, na família, nas redes sociais, nas relações institucionais. E, obviamente, como resultado disto tudo, a nível das muitas guerras que deflagram pelo mundo”, disse D. Manuel Linda.

 

Para o bispo do Porto, as condições para uma verdadeira paz nascem da capacidade humana de viver em sociedade, com objetivos de desenvolvimento harmonioso e integral. Assinala estes elementos a partir da “bênção” que “se faz na comunidade reunida em oração”. Onde “dois elementos ressaltam: um grande grupo irmanado no mesmo objetivo e a mente e o coração voltados para Deus, a quem se rendem louvores”.

“Creio bem serem estas as condições da verdadeira paz. Se não formos capazes de nos juntarmos, se apenas nos pensarmos como indivíduos e não como sociedade, se não nos colocarmos objetivos de desenvolvimento harmonioso e integral, se desprezarmos um Deus Pai que é fundamento de uma família de irmãos, se não nos voltarmos para Ele e fixarmos o nosso olhar no materialismo existencial, acontece o que todos sabemos: a guerra”, salientou D. Manuel Linda.

 

O bispo do Porto propõe três ações possíveis para a paz em sociedade, que se juntam ao “perdão das dívidas das mais pobres; o respeito pela vida humana, desde a conceção até à morte natural; e a criação de um fundo mundial para eliminar a fome e promova a educação”, propostas pelo Papa Francisco. Assim, D. Manuel Linda propõe “três âmbitos, a nível de proximidade”, para fomentar a paz: “a educação catequética e religioso-moral para todas as crianças, adolescentes e jovens; o fomento de ações de solidariedade social, mormente voltadas para os mais idosos e os pobres; e uma especialíssima atenção à família. É que, sem valores e sem abertura aos outros, a pessoa e a sociedade morrem por implosão”, declarou.

 

No final da sua homilia, o bispo do Porto lembrou o Jubileu de 2025 que agora se iniciou: “Entramos em Jubileu. Celebramo-lo como povo, como Igreja que tudo espera do seu Senhor. E como estamos habituados a tudo receber d’Ele, o nosso coração entrega-se-Lhe completamente. E isto é a esperança”.