Quando, em setembro de 2024, lançámos às famílias e aos nossos adolescentes o desafio de participar no Jubileu dos Adolescentes, em Roma, estávamos longe de imaginar o impacto profundo e transformador que esta peregrinação teria nas nossas vidas.
Todo o caminho percorrido até à viagem, e de preparação para a mesma, já havia sido bastante desafiador. Passamos por muitos contratempos desde o cancelamento dos voos, alteração de horários, ficar a saber o alojamento apenas a uma semana antes do evento, até à morte do Papa Francisco, três dias antes da viagem. Em relação à preparação do grupo, também ela teve alguns contratempos. Parte do grupo começou cedo a caminhar junto, participando em eventos de angariação de fundos e em encontros de oração, mas uma grande parte partiu para a viagem quase como um desconhecido no grupo. Muitos não estariam conscientes do que é ser peregrino, acreditando que esta seria uma viagem cultural e turística.
Uma vez em Roma, sentimos que cada dia, cada oportunidade, cada experiência vivida foi uma bênção. À chegada a Roma, atravessamos a Porta Santa da Basílica de Santa Maria Maior e ainda nos foi possível absorver um pouco da cultura italiana, caminhando pelas ruas até à Fonte de Trevi. No segundo dia, partindo muito cedo para a Praça de S. Pedro, marcámos presença no velório do Papa Francisco, depois de atravessar a Porta Santa da Basílica de S. Pedro, prestando uma última homenagem a quem tanto nos marcou pelo testemunho de simplicidade, amor e entrega aos mais pequeninos. Ainda nos foi possível, no terceiro dia, visitar as Basílicas de S. Sebastião e de S. Paulo, fora de muros. Cada visita feita foi acompanhada de uma leitura e uma reflexão, criando momentos privilegiados de catequese.
No último dia marcámos presença na missa da bênção e envio dos adolescentes, onde tivemos o privilégio de ser encaminhados para a primeira fila.
A alegria das visitas realizadas e das boas experiências e partilhas vividas, em grupo, não contam as horas de caminhada, as refeições fora de horas e nem sempre as que nos sabiam melhor, os apertos nos transportes públicos, a acomodação, longe de ser o conforto das nossas casas. Cada vivência foi importante para que nos sentíssemos abençoados, para que crescêssemos mas, sobretudo, para que potenciasse uma transformação na vida de cada um que a viveu.
A experiência de ficarmos acomodados na Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação foi muito rica. Fomos muito bem recebidos e acolhidos por uma grande equipa de voluntários e as suas famílias, sempre disponíveis para nos proporcionar os melhores cuidados, aos quais muito agradecemos.
Uma verdadeira peregrinação não se faz sem dificuldades e, depois das dificuldades mais comuns de um peregrino, quis Deus que vivêssemos mais dois dias de provações que nos mantiveram longe das nossas famílias. O culminar perfeito de uma peregrinação que marcará para sempre a vida de quem a viveu: jovens, catequistas, famílias e toda a estrutura paroquial que nos permitiu regressar o mais rapidamente possível a casa. Para cada jovem, mas sobretudo para cada família, foi importante perceber que toda a comunidade paroquial, através das suas orações e acções, esteve sempre em comunhão, e só em comunhão foi possível um regresso a casa rápido e seguro.
Estou muito grata por cada momento vivido, por cada jovem que conheci, por cada abraço que dei e por cada abraço que recebi. Sou muito grata por os saber valentes e capazes de olhar uns pelos outros. Sou muito grata por cada catequista, companheiro de aventura, pois com os dons de cada um formamos a unidade perfeita para acompanhar estes jovens. Sou muito grata às famílias pela confiança e pelas palavras de conforto nos momentos difíceis. Sou muito grata ao P. Zé Manel e a toda a comunidade paroquial, pela comunhão com que sempre esteve/estiveram connosco e pela calorosa receção.
Agradeço a Deus que colocou todas estas pessoas no meu caminho e quis que, com elas, construísse a Sua Igreja, rezando para que cada um faça eco deste amor de Jesus que nos fez ser UM!