No próximo dia 19 de junho, o Cabido Portucalense promove na cidade do Porto a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. A Missa estacional será presidida pelo Bispo do Porto na Catedral às 11:00 horas, ficando em seguida o Santíssimo Sacramento em exposição solene para a adoração dos fiéis. Às 16:00 horas celebram-se Vésperas solenes, seguindo-se a Procissão eucarística. À semelhança do ano passado e no contexto de obras a decorrer na cidade, o percurso da Procissão será o seguinte: saindo da Catedral, a Procissão seguirá pela Calçada de Vandoma, Rua de Saraiva de Carvalho, Rua de Augusto Rosa, Rua de Entreparedes, Rua do Campinho, Rua de Santo André, Rua de Santo Ildefonso, Praça da Batalha, Rua de Augusto Rosa, Rua de Saraiva de Carvalho, Calçada de Vandoma, em direção ao Terreiro da Sé, onde terminará com a Bênção do Santíssimo Sacramento, depois de uma alocução do Bispo portucalense.
Na procissão integrar-se-á o Povo de Deus em todas as suas expressões, seguindo o Bispo diocesano, que as autoridades da Região e da Cidade também costumam acompanhar.
A Igreja leva neste dia o “Divino Sacramento” em festiva e solene Procissão através dos domínios da existência humana. Percorre os caminhos do mundo, onde se joga o destino humano. Fá-lo cantando hinos de júbilo e de ação de graças, aspirando o perfume das flores e o aroma do incenso, celebrando a Morte que abriu o caminho da Vida, e proclamando, à face do mundo, a vitória do Ressuscitado em que deseja participar. Com esta manifestação pública de fé, os católicos anunciam a todos a convicção de que Jesus Cristo é o seu único Salvador e que na Eucaristia está o sinal da unidade, o vínculo do amor, a força capaz de transformar a humanidade, tão ansiosa de união na única família dos filhos de Deus, destinados a viver, em Cristo, na comunhão perfeita com Deus e com os homens.
Com intermitências episódicas por motivos circunstanciais, esta procissão realiza-se no Porto pelo menos desde 1417. Era dispendiosa para a Cidade que a ordenava com aparato. Era da Câmara o Pálio que abrigava o Sacramento e era também esta quem nomeava os cidadãos para ir às varas do pálio ou transportar os tocheiros. Em suma, sempre foi um espaço privilegiado de colaboração entre a Igreja Católica e as autoridades do poder local.
Hoje, em tempos de saudável laicidade, as autoridades civis e a Igreja relacionam-se no respeito pela autonomia de cada qual na respetiva ordem. Mas, porque a dimensão religiosa tem expressões não só individuais e privadas, mas também comunitárias e públicas, e porque os membros da Igreja Católica são também cidadãos, há um vasto campo em que o encontro, diálogo e colaboração é possível e desejável. A história e a sociologia do Porto, “Cidade da Virgem”, assim o confirmam.