Para D. Manuel Linda, “o sentido da vida, o empenho social, a alegria que surge mais do ato de dar que do de receber, o gosto do bem-comum, a alegria de uma existência realizada, passam por aquele ato de mergulhar na interioridade de cada um e, a partir daí, realizar escolhas sensatas no modo de lidar consigo, com os outros, com o mundo e com Deus”.
Foi com “muita alegria” que na catedral do Porto, D. Manuel Linda acolheu os mais diversos intervenientes do mundo educativo: “diretores das diversas instâncias, docentes, alunos, colaboradores e técnicos, famílias”, elencou o bispo do Porto dizendo-lhes: “esta é a vossa igreja. Bem-vindos”.
No Jubileu da Educação na diocese do Porto, na manhã de sábado 15 de novembro, D. Manuel Linda afirmou que a “educação supõe espiritualidade e transcendência”.
“Sei, por experiência própria, o quanto a educação é um ato transformador”, declarou D. Manuel Linda na sua homilia lembrando os anos que dedicou ao ensino. “Embora no princípio da minha vida sacerdotal jamais o imaginasse, a verdade é que a vida me conduziu a esse mundo belíssimo da educação”, recordou.
O bispo do Porto recordou duas palavras proferidas pelo Papa Leão XIV no “jubileu mundial da educação, no passado dia 31 de outubro: a interioridade e a unidade”.
“Citando aquele extraordinário Santo inglês, agora declarado «Doutor da Igreja», John Henry Newman, o Papa insistia que ‘só o coração fala ao coração’. Isto é válido para toda a relação educativa, mormente entre pais e filhos, professores e alunos. Mas é igualmente válido para transformar o saber em vida e vida de qualidade”, afirmou.
Para D. Manuel Linda, “o sentido da vida, o empenho social, a alegria que surge mais do ato de dar que do de receber, o gosto do bem-comum, a alegria de uma existência realizada, passam por aquele ato de mergulhar na interioridade de cada um e, a partir daí, realizar escolhas sensatas no modo de lidar consigo, com os outros, com o mundo e com Deus. Por isso, lá bem na sua essência, a educação é sempre um ato que supõe concentração seguida de abertura, na busca da Luz”.
“Quanto à unidade, basta pensar que, hoje, perante tantos e tão graves desafios, nenhum saber está apto, só por si, a encontrar as soluções de que o mundo necessita. Isoladamente, parece que cada saber mais se constitui em fator de desintegração do que de solução. É aqui que se reclama aquela síntese dos saberes que, como sublime orquestra, usa os vários instrumentos para obter uma sonoridade entusiasmante. Mas esta síntese tem de ser construída não somente na sala de aula, mas muito mais na interioridade”, disse o bispo do Porto.
Destacando o “ano da graça” de 2025 vivido “em Jubileu”, D. Manuel Linda assinalou a “entusiasmante alegria, porque Deus se tornou nosso companheiro na história, em Jesus Cristo”.
“Ora, se o jubileu é universal, muito mais razão de o celebrar têm aqueles que caminham em conjunto nas sendas da esperança e da alegria, do saber e do ser, recebendo da sociedade e compensando-a em termos de desenvolvimento integral, de compromisso e de humanismo, como é típico do mundo educativo”, salientou D. Manuel Linda.
Na conclusão da sua homilia, D. Manuel Linda dirigiu-se aos alunos dizendo: “formai-vos para uma vida com sentido, para uma existência solidária, para um saber cultural que se coloque ao serviço de um desenvolvimento integral e da edificação de uma humanidade nova”.
